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O mosquito Aedes aegypti – Custódio Coimbra / Agência O Globo |
Uma
vacina experimental contra a dengue desenvolvida por cientistas dos
Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados
Unidos, ligados ao governo, protegeu todos os 21 voluntários
incluídos num estudo no país. Outros 20 participantes, que
receberam placebo em vez da vacina, contraíram a doença ao serem
infectados com vírus vivos.
O
resultado foi publicado na revista “Science Translational
Medicine”. No Brasil, a vacina americana foi licenciada pelo
Instituto Butantan, que já está fazendo um ensaio clínico com 17
mil pessoas. Aqui, no entanto, não está prevista a infecção
intencional dos voluntários, como aconteceu nos Estados Unidos.
— Na
verdade, esses resultados ajudaram o Butantan a avançar na fase 3 do
estudo de eficácia da vacina TV003. Esse trabalho é muito
encorajador para aqueles como nós que passaram muitos anos
trabalhando em vacinas contra a dengue, uma doença comum em grande
parte do mundo e que agora é endêmica em Porto Rico — disse
Stephen Whitehead, do Instituto Nacional de Alergia e Doenças
Infecciosas do NIH.
O
Butantan começou a aplicar, em fase de teste, a vacina em 22 de
fevereiro. As doses são fabricadas pelo próprio instituto. Nos EUA,
o produto foi licenciado pela gigante farmacêutica Merck, que
pretende fabricá-la e distribuí-la a outros países.
No
teste realizado nos EUA, os cientistas usaram uma linhagem de vírus
da dengue tipo 2 achada no Pacífico, que provoca sintomas mais
leves. Os vírus foram inoculados nos pacientes seis meses após uma
única dose da vacina. A TV003 é uma vacina tetravalente, que visa a
proteger as pessoas contra os quatro tipos da dengue.
Em
testes anteriores, cientistas já tinham visto que o imunizante era
capaz de estimular a produção de grande número de anticorpos, mas
apenas contra os tipos 1, 3 e 4. Para verificar se a vacina também
seria eficaz contra o tipo 2, foi feito o “teste-desafio”,
infectando um pequeno grupo de voluntários com o vírus vivo.
A
equipe de pesquisa por trás desse estudo informou que quer examinar
o que o vírus zika faz quando infecta as pessoas e usar essa
abordagem para desenvolver uma vacina.
Fonte: http://www.jeansouza.com.br/